Chuvas retomam ânimo dos produtores e soja segue em desenvolvimento


Arroz – No Rio Grande do Sul, 71% da cultura está na fase de germinação/desenvolvimento vegetativo, 22% em floração e 7% em enchimento de grãos. Em geral, as lavouras continuam apresentando bom desenvolvimento, favorecido pela disponibilidade de água associada aos dias com alta luminosidade e temperaturas elevadas durante a manhã e à tarde e amenas à noite. Na Regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, 79% das lavouras estão em germinação/desenvolvimento vegetativo, 18% em floração e 3% em enchimento de grãos, apresentando ótimo estado de desenvolvimento. Em relação às condições fitossanitárias das lavouras, não há registros de ataques de pragas e doenças. A restrita ocorrência de chuvas na região tem contribuído com a diminuição dos níveis de água nas barragens e com as vazões nos rios e riachos.

Feijão 1ª safra – Na região de Ijuí, a cultura está nas fases de maturação (12%) e colheita (88%), que avança em virtude das condições de tempo estável e com pouca chuva, favoráveis à secagem dos grãos na lavoura. Os grãos colhidos têm apresentado boa qualidade e a produtividade nas lavouras tardias tem sido menor devido à falta de água para o desenvolvimento das plantas. Na região de Santa Rosa, 85% da área está colhida, com produtividades de 1.200 quilos por hectare. Em Salvador das Missões as lavouras estão em ótimo estado, podendo alcançar 1.650 quilos por hectare. A maioria dos produtores está aguardando o plantio da segunda safra (safrinha) para o final de janeiro, de modo que as fases de floração e enchimento de grãos ocorram em março, quando as temperaturas tendem a estar amenas. Na Regional de Santa Maria, 30% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos (formação de vagens), 30% em maturação e 40% já foram colhidas. As condições do tempo se refletem em perdas nas lavouras da primeira safra. O plantio do feijão segunda safra iniciou após as chuvas da semana passada e a expectativa é atingir 1.053 hectares, que poderá se alterar em função da falta de precipitações.

OLERÍCOLAS
Cebola – No litoral da Regional de Porto Alegre, onde se concentra a maior área de cebola, o clima prejudicou a produção durante todo o ciclo da cultura. As chuvas da primavera afetaram o desenvolvimento vegetativo das variedades precoces, que tiveram formação de bulbos de baixa qualidade de casca e sem condições de armazenamento devido a doenças. Já a falta de chuvas no final de novembro e durante dezembro afetou a formação dos bulbos das variedades de ciclo médio e tardio, deixando-os com tamanho não adequado e de menor valor comercial, afetando a produtividade, estimada inicialmente entre 20 e 25 toneladas por hectare. A comercialização ocorre com valores entre R$ 0,40 e R$ 0,50/kg, pago ao produtor. Com o aumento da oferta na região e com o produto apresentando qualidade inferior, o preço caiu em relação à expectativa inicial, com tendência de se manter neste patamar. Para os produtores que conseguirem armazenar as cebolas de maior qualidade, a tendência é obter melhores preços a partir do final de janeiro, quando diminuirá a oferta.

FRUTÍCOLAS
Pêssego – Na Regional de Caxias do Sul, estão em plena colheita as variedades mais tardias da cultura do pêssego, como a Chiripá, a Barbosa e a Eragil ? as duas primeiras de polpa creme, a Eragil de polpa amarela e todas com o caroço solto, característica muito apreciada pelo consumidor. Os frutos apresentam ótima coloração e sabor, porém com o calibre um pouco abaixo do esperado, mesmo em pomares com irrigação. As plantas apresentam vigor, e a sanidade das frutas é excelente em relação à podridão parda, doença desfavorecida pela ausência de umidade. Por outro lado, o clima seco e as altas temperaturas favorecem o ataque da Mosca das Frutas, principal praga da cultura. São realizados os tratamentos fitossanitários e a prática da poda verde.

Na região de Pelotas, a colheita do pêssego foi praticamente encerrada, totalizando 99% da área de 5.311 hectares, cultivada por 1.041 produtores/famílias na região. Foi finalizada a colheita da produção para a indústria de conservas e permanece uma pequena parcela destinada ao mercado in natura. Há queda na produção total da região devido à falta de precipitações nas últimas semanas, que afetou o crescimento dos frutos e produziu pêssegos classificados com o tipo II, de menor valor comercial.

Citros – Os pomares de bergamoteiras e laranjeiras da região do Vale do Caí, principal produtora de citros do Rio Grande do Sul, encontram-se na entressafra. O período de estiagem é extremamente prejudicial para o desenvolvimento das frutas cítricas; as folhas e os frutos podem cair e até mesmo a planta pode secar. Em Bom Princípio, a citricultura está sendo muito atingida pela estiagem que se estabeleceu desde dezembro. A lima ácida Tahiti (o conhecido limãozinho verde) está em situação crítica; vários produtores procuraram a Emater/RS-Ascar para relatar a morte de plantas no pomar, desde plantas jovens até outras plantas com mais de dez anos. Além da mortalidade de plantas causada pela estiagem, os frutos estão pequenos e secos. Em Montenegro, onde há a maior produção de bergamotas do Estado, apenas 5% dos agricultores iniciaram o raleio das bergamoteiras devido à estiagem; os que o fazem, colocam a fruta no chão, pois ainda não tem calibre para a venda para a indústria que fabrica o óleo essencial da bergamotinha verde. Além disso, a adubação não pôde ser realizada nos meses finais de 2019, devido à falta de chuvas. As plantas estão estressadas, e a absorção de nutrientes, agrotóxicos e demais insumos é prejudicada; por isso, muitos agricultores estão optando por não realizar aplicações e pulverizações. Esse estresse e a falta de manejo poderão acarretar em perda de produção e em frutos de menor qualidade.

PASTAGENS E CRIAÇÕES
As chuvas ocorridas durante a semana, mesmo que com intensidade e distribuição desuniformes nas diversas regiões do Estado, contribuíram para o rebrote e à retomada do crescimento das pastagens nativas e cultivadas. Alguns produtores aproveitaram a maior umidade do solo para fazer adubação nitrogenada nas pastagens cultivadas de verão.

BOVINOCULTURA DE CORTE – Os bovinos de corte apresentam bom estado e, em função da retomada do crescimento das pastagens na semana, começam a apresentar maior ganho de peso. A manutenção de uma boa sanidade exige o controle de verminoses e parasitos externos como carrapatos, bernes, bicheiras e mosca-do-chifre. O período de monta e inseminação artificial está em andamento, com a realização de monitoramento e cuidados especiais, visando manter os touros e ventres em boas condições nutricionais e sanitárias.

BOVINOCULTURA DE LEITE – A queda da oferta de massa verde das pastagens durante o recente período de estiagem ocasionou queda de produção leiteira na maior parte do Estado. A redução da produção leiteira foi estimada em torno de 17% nas regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Santa Maria e Lajeado, em 20% na de Soledade e acima de 25% na de Porto Alegre. Nas demais regiões, os índices ficaram em torno de 10% ou menos. Com a melhoria da oferta de pastagens propiciada pelas chuvas da semana, a produção começa a aumentar novamente. Muitos produtores mantiveram os níveis de produção recorrendo à suplementação alimentar, porém com custos mais elevados.

Outro fator que contribui para a diminuição da produção é o desconforto térmico devido às altas temperaturas. Para amenizá-lo, os criadores recorrem ao manejo das vacas para o pastoreio preferencialmente nas primeiras horas da manhã e à noite, à disponibilização de água à vontade e à utilização de áreas sombreadas.

APICULTURA – Nas diversas regiões do Estado, as condições gerais dos apiários são boas, com poucos casos onde é necessária a suplementação alimentar das abelhas. No manejo dos apiários, estão em destaque a revisão das colmeias, a troca de caixilhos, o recolhimento de caixas de iscas com novos enxames, as roçadas do entorno e o monitoramento e tratamento especial dos exames mais enfraquecidos, em virtude de menor reserva de alimento nas colmeias.

Matéria: https://www.agrolink.com.br/noticias/chuvas-retomam-animo-dos-produtores-e-soja-segue-em-desenvolvimento_428977.html

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