Mercado brasileiro de milho fecha semana com robusto suporte do dólar e de estoques esvaziados

A semana foi muito intensa para todos os mercados internacionais, incluindo o de milho, no entanto os preços no mercado brasileiro se mantiveram firmes e elevados. O balanço, como explicou o analista Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora.

Mais uma vez, na B3, as cotações fecharam em alta nesta sexta-feira (13) e os ganhos foram de 0,22% a 0,84% entre os contratos mais negociados, com o maio fechando em R$ 52,79 por saca, o julho com R$ 47,40 e o setembro, R$ 45,30.

“Os melhores preços que teríamos neste primeiro semestre seriam em março. O volume recorde de exportações em 2019 promoveu um esvaziamento dos estoques de passagem, tivemos um direcionamento da classe produtora da colheita da soja e o aumento do frete. Assim, se esperava que nós teríamos uma situação de pressão com viés de alta que se confirmou e potencializou com a questão do dólar”, diz Rafael.

O analista lembra que o real foi a moeda que mais se desvalorizou frente à moeda americana. Nesta sexta-feira, a divisa inicou o dia apresentando baixas intensas, mas voltou a subir para fechar com R$ 4,81.

Durante a semana, que foi muito turbulenta para o cenário financeiro global, chegou a testar os R$ 5,00. No ano, o ganho acumulado é de cerca de 20%.

Ainda como explica o analista, os preços seguem bastante atrativos e é importante que o produto não perca as oportunidades que o mercado vem oferecendo. Assim, de abril em diante o produtor tem de estar alerta.

“O foco para a soja vai acabar e o produtor entra com o milho. O produtor vê uma diferença de preço muito grande entre os atuais e os praticados para a safrinha, todos abaixo dos R$ 50,00”, diz. “E essa comercialização da safrinha não acontece como deveria”, completa.

SAFRA DE VERÃO

Para Rafael, a chegada mais efetiva da safra de verão, principalmente a partir de final de março e começo de abril, com os trabalhos de campo evoluindo, principalmente em Minas Gerais, que deverá ter uma produção de 5 milhões de toneladas. E essa nova oferta pode exercer alguma pressão sobre as cotações internamente.

Ainda assim, o analista pondera com as perdas que a primeira safra de milho registra em função do clima, principalmente no Rio Grande do Sul, onde a quebra no cereal é estimada entre 20% e 25%.

SAFRINHA

Na safrinha, que aos poucos passa a ser o novo foco do mercado. Algumas regiões já começam a apresentar algum atraso no plantio, em estados como Goiás e Mato Grosso do Sul, e estas informações também ganhar mais espaço no mercado.

“Ainda é cedo para falarmos sobre uma quebra, mas temos que acompanhar. Não começa bem essa questão climática, faltam chuvas em algumas regiões importantes, então há de se colocar esse fator também”.

E essas incertezas sobre as produtividades que serão obtidas na segunda safra, ao lado das diferenças das referências de preço entre o mercado spot e de segunda safra, também ajudam a segurar os negócios com a segunda safra.

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho também tiveram uma semana nervosa, pesada e de baixas. No entanto, como reforça o analista, o mercado sofreu muito menos do que seus vizinhos, principalmente a soja.

“Na minha análise, isso aconteceu porque os preços de Chicago estão muito próximos dos custos de produção. Então, uma queda de 30% do petróleo era para ter um impacto muito significativo”, acredita Rafael.

Nesta sexta, o mercado na CBOT fechou estável, com alta de 1 ponto no março, com US$ 3,70, e baixa de 0,25 no julho para US$ 3,68 por bushel.

Matéria: https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/milho/254449-mercado-brasileiro-de-milho-fecha-semana-com-robusto-suporte-do-dolar-e-de-estoques-esvaziados.html#.Xm-C4KhKjIW

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