A demanda intensa da China pela soja brasileira foi o destaque no mercado da oleaginosa nesta semana. Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (7), o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, a China comprou 30 navios da oleaginosa do Brasil somente nesta semana.
A maior competitividade do produto nacional e uma demanda cada vez mais necessitada da nação asiática motivaram o movimento. Os preços da soja do Brasil continuam sendo os mais atrativos e a China, na pessoa de seu vice premier, Liu He, já havia afirmado que faria negócios de acordo com as condições de mercado, na ocasião da assinatura da fase um do acordo com os Estados Unidos.
Como informou o site chinês Cofeed nesta sexta-feira, “as processadoras compraram pelo menos 1 milhão de toneladas de soja brasileira nesta semana diante das boas margens de esmagamento”. Além disso, o portal informou ainda que o governo da China segue implementando políticas políticas para estimular as as empresas de grãos a retomarem sua produção.
Além disso, a mudança na tarifação da China sobre a soja americana – de 30% para 27,5% – também não inspira grandes alterações na dinâmica do comércio global de soja.
Vanin explica ainda que o momento é bastante positivo para que os produtores brasileiros busquem fazer suas vendas em reais ou dólares. E o cenário, portanto, favorece em especial o produtor de Mato Grosso, que vem recebendo um ágio pela sua soja, que é o estado que tem maior disponibilidade de produto no momento.
E este ágio, ainda como relata o analista, tem variado de US$ 0,40 a US$ 0,50 cents por bushel, algo como US$ 1,10 ou até R$ 5,00 a mais por saca. A moeda americana, nesta sexta-feira, superou os R$ 4,30 pela primeira vez na história e encerra o dia na casa dos R$ 4,32.
Além disso, afirma ainda que as vendas futuras da próxima safra brasileira de soja também caminham bem, com os sojicultores aproveitando as boas relações de troca, principalmente, com os fertilizantes.
MERCADO INTERNACIONAL
Na Bolsa de Chicago, as cotações da soja fecharam o pregão subindo entre 0,25 e 1 ponto nas posições mais negociadas, em mais um dia de mercado de lado e estabilidade. Assim, o vencimento março fechou com US$ 8,82 e o maio, importante referência para a safra brasileira, com US$ 8,95 por bushel.
Para Eduardo Vanin, não há grande espaço para uma recuperação dos futuros da oleaginosa na CBOT até que surjam novas informações fortes o bastante para isso. Para o analista, isso deve caminhar até meados de abril ou maio quando o mercado começa a especular mais intensamente a nova safra dos Estados Unidos.
Até lá, o mercado ainda conta com poucos motivos para variar. Além das questões do coronavírus, a falta de demanda chinesa nos EUA também mantém os preços pressionados.
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