China vai retomando ‘vida normal’ e soja fecha em alta na CBOT com boa perspectiva de demanda

O mercado físico do boi gordo teve preços mais altos nesta segunda-feira. O analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, avalia que os frigoríficos de menor porte se deparam com escalas de abate bem apertadas e, nesse sentido, atuaram com maior agressividade na compra de gado neste início de semana.

“A perspectiva de aquecimento da demanda ao longo da primeira quinzena do mês justifica a elevação nos preços. Já os pecuaristas seguem aproveitando as ótimas condições das pastagens para reter os animais pelo maior tempo possível no campo”, assinalou.

Em São Paulo, capital, os preços do mercado à vista seguiram em R$ 203 a arroba. Em Uberaba, Minas Gerais, os preços passaram de R$ 194 a arroba para R$ 196 a arroba. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços subiram um real, para R$ 194 a arroba. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado ficou em R$ 195 a arroba, ante R$ 193 a arroba na sexta-feira. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço passou de R$ 184 a arroba para R$ 185 a arroba.

Atacado

Já no mercado atacadista, os preços continuaram estáveis. “A tendência de curto é de alta nos preços, mesmo que comedida, avaliando a reposição mais rápida entre atacado e varejo, típica se tratando de uma primeira quinzena de mês, quando a entrada da massa salarial na economia aquece o consumo”, disse Iglesias.

Assim, o corte traseiro seguiu em R$ 14,25 o quilo. A ponta de agulha permaneceu em R$ 11,40 por quilo. Já o corte dianteiro seguiu eO mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou em alta nesta segunda-feira (2) e as altas refletiram, segundo explicou o analista Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, melhores perspectivas sobre o surto de coronavírus na China. “Parece que o pior já passou, a China vai retomando sua vida normal e a demanda deve ser favorecida no curto prazo. Os estoques de alimentos estão muito baixos”, diz.

Os futuros da oleaginosa encerraram o dia na CBOT com ganhos de pouco mais de 8 pontos nos principais contratos, com o março encerrando o pregão em US$ 8,90, o maio em US$ 9,01 e o julho em US$ 9,10 por bushel. O mercado conseguiu espaço para uma recuperação em um dia de menor aversão ao risco e de altas generalizadas entre as commodities.

Ainda como explicou Araújo, embora frente ao real o dólar tenha subido neste início de semana, a divisa cedeu frente a outras mundo a fora e isso aumenta a competitividade da soja norte-americana, o que também favoreceu as altas observadas em Chicago. A grande questão, no entanto, continua sendo se a China volta às compras nos EUA ou se mantém-se concentrada no mercado brasileiro.

O produto do Brasil, afinal, mantém a liderança da competitividade, não só com preços ainda mais atrativos – já que o mercado nacional segue contando com a vantagem cambial, com o dólar próximo dos R$ 4,50 – mas também com melhor qualidade – contando com um produto de maior teor de proteína – e uma disponibilidade da oleaginosa que vai crescendo na medida em que a colheita avança.

Nas análises da Agrinvest, o Brasil deverá colher 124,5 milhões de toneladas, exportar 80 milhões e registrar um consumo de 44,5 milhões de toneladas. “Com isso, os estoques de passagem ficariam em menos de 1 milhão de toneladas, abaixo das 4 milhões do ano passado”, diz o analista. E estes, como explica Araújo, são números que têm que ser constantemente monitorados para definir suas próximas estratégias de comercialização.

Diante desse bom momento, as vendas da safra 2019/20 estão bastante adiantadas e os embarques nacionais também vêm registrando bons números. Dados divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que o Brasil embarcou 5,12 milhões de toneladas de soja em fevereiro e registrou o segundo maior volume mensal da história.

Matéria: https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/soja/253442-china-vai-retomando-vida-normal-e-soja-fecha-em-alta-na-cbot-com-boa-perspectiva-de-demanda.html#.Xl5M3KhKi1t

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